Nos 80 anos do Rei, veja cinco facetas que fizeram de Roberto Carlos um ícone da nossa música

  • Nos 80 anos do Rei, veja cinco facetas que fizeram de Roberto Carlos um ícone da nossa música

    roberto-carlos-15092020175744984 Roberto Carlos está completando 80 anos, neste 19 de abril de 2021. Desses, praticamente 60 foram passados na frente de um público gigantesco – seu primeiro e renegado álbum saiu em 1961, o primeiro sucesso, “Splish Splash”, é do ano seguinte. Nas décadas seguintes, ele fez por merecer o apelido de Rei, que passou a lhe acompanhar. Foram dezenas de discos, com vendagens que ainda hoje servem de parâmetro de sucesso no Brasil, e muitas músicas que estão gravadas nas mentes de várias gerações de brasileiros. Roberto há quase duas décadas não lança um disco de inéditas, ainda que canções isoladas tenham saído de tempos em tempos, vide o megassucesso “Esse Cara Sou Eu”, de 2012. Enquanto seguimos esperando por um novo trabalho, relembramos abaixo cinco das principais facetas do cantor, cada uma delas fundamental para se entender o porquê dele ter se tornado o mais popular de nossos artistas. Antes de estourar, Roberto Carlos já havia abraçado o rock, ainda nos anos 50 quando chegou a ser vendido por Carlos Imperial como o “Elvis brasileiro”, mas logo o futuro Rei trocou o rock pela bossa-nova ainda que sem sucesso. A popularidade enfim chegou com nova mudança de rumo. Roberto, ao lado de Erasmo Carlos (é sempre bom lembrar), adaptaram a música jovem vinda de fora para a nossa realidade dando início a um caso de amor do Brasil, e não só, com o cantor que perdura até hoje. Roberto cantou primordialmente rock nos seis discos que lançou entre 1962 e 1967. Desses, “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”, de 1967, é certamente o melhor deles, com vários clássicos. Se for para escolher uma música, nenhuma simboliza mais o período do iê iê iê e jovem guarda do que “Quero Que Vá Tudo Pro Inferno” onde tudo é perfeição: letra, melodia, o uso pioneiro do órgão, tocado pelo recém-falecido Lafayette, e claro, a interpretação carregada de emoção. A canção passou anos banida do seu repertório, Roberto fazia objeções à letra, em especial à palavra “inferno”, mas, finalmente, voltou a ser executada ao vivo em 2016. Com a jovem guarda já nas últimas, Roberto abandona o programa de televisão de mesmo nome e faz uma mudança de rota ao abraçar a soul music e o romantismo. Em 1968 ele grava as fortes “Se Você Pensa” e “As Canções Que Você Fez Para Mim”. No ano seguinte, foi a vez de uma das grandes obras-primas da nossa música, “As Curvas da Estrada de Santos”. Aqui, também é preciso lembrar de Tim Maia, que tinha sido amigo de infância de Roberto e Erasmo, e foi para os EUA bem quando a dupla explodiu. Ao voltar, ele tentou se reaproximar de seus amigos famosos. Com Roberto a relação sempre ficou um tanto fria, mas ele deu um belo empurrão na carreira de Tim ao gravar, de maneira brilhante, “Não Vou Ficar”. A chamada “fase soul” de Roberto engloba os discos lançados entre 68 e 71. Não que estes sejam álbuns todos dedicados à black music, mas é onde as suas contribuições ao gênero estão mais presentes. Desde 1970 que os discos de Roberto Carlos passaram a trazer uma, nas palavras do próprio, “canção mensagem”. Assim vieram “Jesus Cristo”, “Todos Estão Surdos”, “A Montanha”, “Ele Está Pra Chegar” em uma longa série que atingiu seu pico nos anos 90 quando sua religiosidade chegou ao ponto máximo. “Fé”, de 1979, também tem outra característica de muitas canções de Roberto: a música de fácil assimilação, entoada qual um hino que funcionam perfeitamente em grandes shows ou eventos com multidões. É só lembrar de “Amigo” ou “Eu Quero Apenas”, essas bons exemplos de canções com mensagens, ainda que não religiosas, outra especialidade dele, e também de “A Guerra Dos Meninos” e “Nossa Senhora”, essas de cunho religioso.