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Mari Fernandez, a rainha da pisadinha, ultrapassa barreira de viral no TikTok com sucesso de ‘Não, não vou’
Se você ainda não cruzou com dancinhas ao som desse refrão, é bem provável que você não seja adepto das redes sociais.
“A gente brinca que as pessoas escutam a ‘Não, não vou’ nem que seja a força, porque você vai ali mexendo no feed e ela aparece. Não tem como não escutar”, diz Mari Fernandez, dona da voz do hit.
E ela não está exagerando. Só no TikTok, onde a música despontou, são cerca de dois milhões de vídeos ao som da canção. A maior parte deles, com coreografias.
Lançada em maio, a música atingiu ótimos números nas plataformas digitais. Inicialmente, se destacou nas listas de virais. Mas logo se consolidou nas primeiras colocações do Top 50 Brasil do Spotify.
Com o sucesso, mesmo em pouco tempo, Mari conseguiu garantir a nona posição no Top 10 de canções que ficaram mais dias no topo das mais ouvidas na plataforma.
“Aconteceu tudo muito rápido. Um dia, a gente tinha 86 vídeos no TikTok, no outro dia a gente tinha 20 mil. Um dia a gente estava forte no TikTok, no outro dia, a gente estava forte em todas as plataformas digitais.”
Nascida em Alto Santo, no Ceará, Mari Fernandez tem 20 anos e mora em Fortaleza há pouco mais de um ano. Cantora e compositora, ela iniciou sua carreira musical aos sete anos cantando em escolas e igrejas.
“Com 10 anos, aprendi a tocar meu primeiro instrumento, que foi o violão. Meu padrasto ficava sentado em frente a mim, fazia as notas. E quando ele saia eu fazia as notas iguais ele estava fazendo.”
Aos 15, Mari escreveu sua primeira composição. “Desde então, comecei a focar a levar o lado da composição pra algo profissional e passei a viver realmente só de música.”
Apesar de ser compositora, Mari não é dona de “Não, não vou”. Os responsáveis pela letra são Jota Reis, Rafael Leal e Vitinho no Beat. Mari teve o primeiro contato com a canção através de seu empresário.
“Quando ele mostrou pra mim a ‘Não, não vou’ já era um hit, porque é uma música que do início ao fim tem melodia, tem letra, tem uma história muito interessante.”
“As pessoas esperam, na música, que a pessoa diga o seguinte: ‘você quer de novo minha cama, mas eu não vou mais te dar’. Então ela traz uma surpresa. Quando eu escutei, falei: ‘poxa, essa — como a gente diz aqui no Ceará — é uma bala.”
“E acho que por isso que Mari Fernandez se tornou essa grande novidade. As pessoas olharam e falaram: quem é Mari Fernandez? Por que uma mulher no piseiro? Por que esse piseiro mais sofrido? Porque a gente realmente trouxe um projeto novo que, ou ele iria soar como estranho ou ele iria se tornar algo impressionante. A gente optou por isso, por não fazer igual a outros projetos.”
A cantora explica que a escolha de um piseiro mais sofrido é por uma união de paixões. Com isso, pode beber das fontes do forró e do sertanejo. A decisão influencia até em seu processo de seleção musical.
“Sou do Nordeste, sou do Ceará e eu gosto muito do forró. E o piseiro é uma junção, é um forró novo que tá vindo aí. Então eu queria representar o forró, representar meu Nordeste, meu Ceará. Porém sempre gostei da sofrência do sertanejo. A Marília Mendonça é uma inspiração muito grande pra mim, então resolvi juntar as melodias.”
“Quando alguns compositores falam comigo, a gente pede pra que não mande melodia pra gente no piseiro. Manda melodia de sertanejo mesmo, uma coisa mais sofrida mesmo, que a gente só vai adaptar e colocar no ritmo. A música só precisa ter uma melodia e uma letra boa, que o ritmo a gente encaixa.”
Não por acaso o maior sonho de parceria de Mari é com a rainha da sofrência, Marília Mendonça. “Não vou mentir que é o feat que mais espero na minha vida desde que eu comecei a cantar.”